quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

GRANDE DOR

Já foste bem maior...
Quase lancinante
Massacrava meu peito
De forma latejante

Sinto ainda por vezes
Tua presença pungente.
Só quem te conhece
Sabe quem és exatamente

Sigo, desfrutando maior paz,
Hoje estás mais distante,
Não me molestas mais
Como fazias, a todo instante

De tua presença ainda
Todos os dias lembro vagamente
Choro sozinha por vezes
Mas me aparto silenciosamente

Já foste tão viva
Sensação nauseante
Roubando-me o ar quase à morte
Confronto estonteante

Mas não desisto
Sigo em frente
Não vais me afogar
Oh Grande Dor latente





segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

BRILHO NO OLHAR


Opaco olhar desvanecido
Por tanto tempo esquecido
Traz de novo a esperança
Da tão sonhada lembrança

A queda traz a força
Como a sedenta corsa
De tanto buscar a água
Não aprofunda a mágoa

Poderia sim, sentir
Afinal não há como mentir
Afirmando estar tudo bem
Quando quase nada se tem

Não tem ânimo de vida
Pois vem sendo consumida
Pelos revezes da existência
Na busca da coerência

Coerência essa que é utopia.
Não existe tamanha alegria
As pessoas são incompreensíveis
Mesmo as mais sensíveis

Mas a corsa levanta a fronte
Vislumbra o cimo do monte
E buscando o brilho no olhar
As lembranças vai ter que curar