Dói o respirar
O ar que entra
Está carregado de espinhos e mágoas
Entra rasgando por dentro
O peso encurva
Enverga
Ignora
Devora
A janela da alma
Por instantes se fecha
E a alma se recolhe
Se encolhe
Melhor é o silêncio agora.
Silenciar para não chorar
Pois as lágrimas
São lâminas cortantes
Queimam como fogo
Cauterizam como gelo
Traem os ouvidos
Moem os sentidos
Que são sentidos
Mais que o normal
Tornando habitual
Esse desatino
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