segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Soneto ao Novo Amor


Ancorei meus olhos naquele azul
Refiz o caminho dos sons do mar
Hoje posso de novo amar
Sentindo no rosto o vento sul

A paz transborda meu ser
Alçando vôo num balão
Dentro e fora do meu coração
De onde tudo posso ver

Sair novamente de mim
Cair totalmente em você
Que no amor me fez crer
De novo, todo assim

Olho o mar e vejo teu rosto
Vejo o céu e sinto teu gosto
Que lindo é amar de novo...

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Minha Viagem

MELODY OF THE NIGHT — PALETTE KNIFE Oil Painting On Canvas By Leonid Afremov

Viajo no azul e na luz
Na calma da alma
No silêncio do alento

Cores e amores
Sabores sem dores
Vida colorida…

Você trouxe a luz
A calma da alma
O alento…

E o silêncio se tornou barulhento
Com todos os sons da paixão
A vida ficou muito mais colorida
E saborosa de ser vivida.








sábado, 30 de novembro de 2013

Meu Anjo


Meu anjo…
Eu te chamei  e o universo respondeu 
Materializando-o com a doçura e encanto
Que são próprias de sua dimensão.

Eu queria, mas não sabia como procurar
Um dia simplesmente me abandonei
Aos braços do que pode-se chamar de 
Destino

Seu sorriso me chamou,
Gritou por mim
E eu respondi, assim de pronto

Que lindo sonho…
Nós dois no jardim,
No solar, nosso lar
E a serra a nos olhar…




terça-feira, 26 de novembro de 2013

O Homem saiu pela porta


Você beijou-me a fronte
Numa despedida calada,
Virou-se e saiu decidido
Para nunca mais voltar

Não olhou para tras 
E seguiu os passos de seu coração

A porta permaneceu aberta
Como aberta ficou a ferida

Um abismo se fendeu
Tragou todas as forças 
Até quase a alma levar.

O nó preso à garganta
Mantinha na boca
O gosto do absinto

Mas numa noite,
Sem mais autopiedade
Todo amargo foi vomitado

Voltei àquele momento
No qual você me acordou com seu beijo
Agradeci, me despedi, e deixei você ir 
Definitivamente.

Fechei a porta e recomecei a viver.



UM POUCO DO CÉU...

O ipê pegou uma nuvem emprestada para se enfeitar…


OÁSIS OU MIRAGEM?


Sonho com esse lugar 
Que em meio ao deserto
Pode em tudo me saciar

Busco sedenta por esse lugar
Que em meio ao deserto sonho estar
Lugar distante que busco errante

As areias brancas me ofuscam a visão
Olho para o céu e vejo o azul e a solidão
Vejo o nada fora e dentro de mim

Mas continuo a caminhar ao léu
Pensando que ainda exista em mim o céu
Sigo cambaleante, quase rastejante

Não que seja rastejar minha sina
Mas porque esse caminhar aos poucos
Minhas forças mina

Forças que acho cá e acolá o bastante
Bastante que basta para cada dia andar
Ansiando no oásis me banhar

Quando vejo ao longe meu sonho
Consigo forças e corro sem parar
Perseguindo o cheiro dessa aragem

Mas quando chego perto me dou conta
Que estou diante apenas de uma miragem

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Frases das fases



Tem fases sim
em mim,
Muitas enfim...
Um dia caço,
Outras sou caça.
Rio sem graça.
Rio sem água,
Choro sem mágoa
De tanto rir

Agora sim,
Encontrei enfim
Motivo sem fim
De rir da caça,
Achando graça
Do choro que um dia
Foi sem mim,
e agora fim.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

O Vento (Por Adriana Januário)



O vento me ensinou a criar raízes mais profundas. 
O vento me ensinou a ser mais flexível. 
O vento me ensinou a deixar ir embora aquilo que já secou. 
O vento me ensinou a voar mais alto. 
O vento me ensinou a espalhar sementes

sábado, 3 de agosto de 2013

O que aprender com a espera?



Enquanto viajava, esperava o dia amanhecer.
Por um momento veio a inquietação:
O que traria este novo dia?
Seria um dia frio, 
ou o sol acalentaria meu corpo?
A chuva me tiraria a paz,
Ou poderia eu correr em segurança?
Viveria eu para ter esperança,
Ou morreria antes do dia acabar?

Aquele momento congelou-se 
Um temor tomou conta de mim.

Mas como uma mágica
O Sol espreitou por traz do horizonte
E rindo-se de mim apontou
Sua cabeleira de fogo desalinhada

E o dia nasceu cálido
E a tarde tornou-se pálida
E o dia descansou em noite
E eu escrevo agora
Que aprendi que a vida
É exatamente a espera
Do novo dia, todo dia



quarta-feira, 3 de julho de 2013

Ode ao Novo


Novo tempo, nova história
o Cem chega como quem chega Sem
Muitas guerras travadas
Muitos pedaços abandonados
Nesses caminhos trilhados

Porém, abandonar o que está sobrando
Nada mais é do que livrar-se da insanidade
Carregar o que está pesando
É uma forma de caminhar para a calamidade

Mas, BASTA!
Basta de insanidade!
Basta de calamidade
Basta de abandono!
Basta de choro!

O cheiro de mofo
Da lugar ao de café fresco
De alecrim do campo
De frutas silvestres

O peso no peito
Da lugar a leveza do vôo
Ao aconchego da cama
A alegria do brilhar da aurora

Tudo está pronto
O preparo já foi concluído
Agora só me resta aproveitar
Gozar do que me resta:
A vida, eterna vida 
De cada momento concedido.
Estou pronta para recomeçar




domingo, 21 de abril de 2013

Pensamentos...

Na rua divagando, devagar
Ando arrastando para não parar
As pernas pesam o que trago no peito
O que tem o peso do ouro
Por ser meu único tesouro

Pensando no que vivemos
Talvez nem mesmo suspeitemos
Do quão preciosos são nossos pensamentos
Algo que ninguém pode roubar
E só a nós cabe o direito de mostrar

Quanta riqueza, fortaleza
Cravada de infinda beleza
Pedras preciosas são cada minuto vivido
Memórias esculpidas na mente
De cada emoção que se sente

Para onde tudo isso se vai?
Não sei, nem ao menos cogito
Somente sinto um desejo insano
De escrever esses versos pobres
Para que outros loucos como eu
Possam se ver em mim
Rasgada nessas linhas

domingo, 7 de abril de 2013

Porque escrevo


Por quê razão escrevo?
Para perpetuar o legado de Paulos
Para chorar as dores de Marias
Para brindar a insensatez de Fernandos
ou para manter vivos a Cesares, talvez

Mas o que resta a mim, então?
Bem pouco, quase nada...
Talvez apenas beber um pouco da vida de cada um 
Para não deixar que minha vida se vá sem nada dizer...

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Vida Real



Escolher o melhor
Esconder o pior
Fazer o infactível
Retornar o impossível

Viver para ver
Sonhar para crer
Buscar o inatingível
Sorver o insaciável

Olhar o invisível
Tocar o intangível
Vislumbrar o céu
E apreciar o mel

Crer no inverossímil
Lutar como incansável
Somente para ser
Aquilo que esperam ver

Esta é a nossa vida afinal.
E por que duvidar que podemos
Um dia ser aquilo simplesmente
Que nossa essência traz de real?...

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Sonhos



Tão doce é o teu falar!
Por ti escrevo essas linhas.
Sei que saberás quando leres

Saberás que é para ti minha inspiração
Como sei que estás sempre velando por mim.
Cuidas de minha alma como fosse tua.

Viajas anos luz para tocar-me a alma
Como viajante solitário cavalgando na tua melodia
Aquela que, sabemos, é uníssona entre nós

Pouco sabemos um do outro,
A não ser o necessário para alcançarmos
A mais profunda recamara de nosso íntimo,

A sala secreta da nossa privacidade
Que nos damos a conhecer quando nos lançamos
Nesta busca frenética pelo puro e essencial.

Saí ao teu encontro nessas linhas
Sei que me encontrarás quando vê-las
Fique contigo meu doce encanto,

E fique assim, longínquo menestrel
Sempre nos meus sonhos e nos teus,
Quando sonhas comigo e me buscas no etéreo.
Estarei sempre lá, como sempre sonhaste. 

INOCÊNCIA PERDIDA
















Onde está minha inocência?
Em que parte do caminho ela se perdeu?
Poderei eu encontra-la novamente?

Por que tornaria a busca-la?
Pode-se restaurar o que já não existe mais?
Quanta dúvida...Quanta indagação...

Saber-se consciente de sua insensatez
Torna o Homem duramente culpado.
Por isso busco minha inocência

Traze-la de volta tornar-me-á cega.
Não verei os descaminhos que trilhei,
E poderei pensar ter pisado em flores,
Não em espinhos que me feriram os pés e a alma.

Como traze-la de volta, senão através do espelho?
Talvez olhando-me bem fundo nos olhos refletidos
A encontre lá escondida, quieta, acuada...
Olhando-me e perguntando: por que você me abandonou?