Essencial Existência

Essência da existência...

Quanto trabalho vão para sondá-la!

Quanto tempo gasto por pura birra

Se não conseguimos tocá-la

Sair do lugar real para divagar

Viajando em busca do nada

Chegou-me às mãos uma poesia

Com a qual fiquei encantada

Um amigo tenta de todos os modos

Em uma busca quase insana

Com o coração decepcionado

livrar-se da dependência plena

Dependência essa tão profunda

Capaz de anular a própria vida

Focando a felicidade no outro

Transformando-o na própria comida

Que destrói aquilo que é único

Alimento fatal 

Que traz medo, insegurança,  

Quando encara o real

A própria essência 

É massacrada sem piedade

Quando nos entregamos a um amor

Que não se torna realidade

Um quadro de Dali aqui

Saio do que é real

Para buscar um lugar seguro.

Busco sentido no ideal

E caio no submundo da vaidade

Pinto um quadro surreal

Com cores desconexas e desencontradas.

Nenhuma lógica construída

Pode reconstruir o absurdo.

Quanto mais voar no escuro,

Tateando e chocando pensamentos,

Sem sentido, sem rumo

Para chegar onde não existe?

Objeto do conhecimento

Sem objetivo e sem perfil.

Qualquer clareza é inatingível...

O que fazer? Acho que vou dormir...

Busco

A busca incessante por algo 

Que mora aqui dentro de mim

Que insanidade! Que barbaridade!

A plenitude já está dada,

Basta apenas mirar com olhar quieto

Divagando. Cantando.

O canto nos aproxima da alma

O divagar nos distancia do tempo

Tempo vão. Alma vaga.

Vagas são as ondas

A que nos levam os pensamentos

Altas ondas. Altas horas.

Sono se vai com o pensamento vago

Vagando sem rumo ao sabor da alma

Busco então o que?

Talvez nada busque...

Talvez nada encontre...

Somente um vago e profundo Eu

Amizade

Amizade é o sentimento mais doce
que alguém pode experimentar.
É descobrir o valor do beijo na testa
ou a certeza de sempre poder contar

Contar com um abraço sincero
Com um coração sempre disposto
A ouvir e atender ao chamado
Do seu amigo sem contragosto

É a certeza que nunca vai perder
O aconchego mais puro e caloroso
Por mais que o mundo possa girar
Do abraço meigo e silencioso

É poder, sem se preocupar,
Abrir o coração sem medo,
Sendo quem se é de verdade
Confiando o tesouro de um segredo

Mas amizade mesmo,
Só conquista quem não tem receio
De se mostrar frágil e inteiro
Não se dividindo ao meio

E para isso é preciso coragem
Os covardes não tem essa intensidade,
Eles buscam mas não conseguem
Verdadeiramente viver a cristalina amizade

Da varanda...

De novo, da mesma varanda 

Que no passado me pus a viajar

Por lugares distantes

Hoje me ponho a viajar 

Para dentro de mim

Buscando compreender 

O tão difícil ofício de Ser

Ser mãe, ser pai, 

Ser amigo, ser amor, amante 

Não temos controle 

Sobre o que o nosso SER 

Pode refletir no outro

Jogamos tudo para o alto,

Afinal, buscamos SER para nós somente

Egoisticamente amamos, traímos

choramos a nossa e somente nossa

dor pungente

Mas concluo que o mais difícil

e extraordinariamente único e intransferível

É o ofício de SER GENTE

Morte do Amor

Presença nefasta és tu

Morte do amor.

Tu te arrastas pegajosa

Noites adentro

Sugando meu sono 

Para teu abismo

Corro de ti

E quando me dou conta

Estou correndo para ti,

Sentimento horrendo e sorrateiro

Que insta roubar-me a paz

Não terás vitória! Eu te ordeno!

Lutarei contra ti

Até meus olhos fechar

Tudo farei para que

Definitivamente

O Amor seja Eterno...

Mão e Coração

Mão e coração

Uma estrada tão curta...

A busca pelo abraço

E o encontro no final do braço

Mão fala de apoio, de joio

Que pode surpreender

Quando está estendida

Porém embosca com uma mordida

Mas nem todas as mãos são cobras

Nem todos os abraços falsos

Creio que existam por vir

Corações que abracem e mãos que apoiem

Réquiem a um Grande Amor

Andar cadenciado e altaneiro

Era meu amor

Quanta saudade do teu cheiro

Da macieira em flor

Aquela sensação amena

Peito de acalanto

Nossa vida era tão serena

Real e doce encanto

Teu beijo saboroso e quente

Traduzia o amor

Perder-te nunca tive em mente

Era meu maior temor

Dói saber que tiraste tua vida

Pois tendo te matado

Fizeste uma escolha mui sofrida

Matando quem estava ao teu lado

Acabaste com um o sonho ardente

Doce e real, vivido

Conosco acabaste inconseqüente

Sem nosso propósito ter cumprido

Amigos

Amigos doces, amigos esses

Capazes de adocicar o mais amargo

Âmago profundamente marcado

Pelos mais drásticos revezes

Vocês são o meigo acalanto

De minha vida em busca do som

Do sol, da vida, do que é bom.

Tom, poesia do mais belo canto

Que encontro todos os dias,

Todas as horas vagas

Das rotinas quebradas

Que inundam minhas tardes frias

Frias elas, pois solitárias são

Próprias de quem tem o desejo

De ter alguém que num lampejo

Prove que a vida não se vive em vão

Menino de pés no chão

Menino simples, de pés no chão

Seu lamento, sua tristeza

Comoveu meu coração

Perdido está, sem saber pra onde ir

Buscando alento na sua solidão

Tentando achar um motivo apenas pra sorrir

Preciso da sua pureza, menino!

Não corra, não morra!

Sou carente de sua leveza, pequenino...

Minha Canção

Sustenido da minha agonia

Quase semitono quando canto você

Saio do ritmo na busca do seu tom maior

Mas quando o vejo entro em harmonia

A melodia do seu falar

Faz calar o mais alto dos bemóis

Daqueles que sustém as emoções

Nas mínimas que bailam no ar

Cante-me, doce rouxinol encantado

Cante a canção do meu coração

Que só você conhece tão bem

Eu, de pronto atenderei seu chamado

Correrei em busca de um breve

Mas indelével toque da tua alma sonora

Que é a única capaz de transformar

Todo o peso da vida no meu sonho mais leve

Conversa entre amigos

E como é difícil arrancar o amor do peito, meu amigo!...
Eu que o diga... Luto com esse sentimento dia e noite,
e ele me vence todas as vezes.
Ás vezes ele se traveste em raiva, outras em dor simplesmente...
Mas tolo aquele que se deixa enredar por esse traiçoeiro,
que só é vencido por sua inimiga mortal: a indiferença,
por que o tempo? esse muitas vezes trabalha ao seu favor,
se ele brota de um coração fiel.

Crescer dói...

A dor do crescimento é inexorável...

Dói olhar para dentro e ver o que não quer

Dói olhar ao redor e ver o que não poderia ser assim

Dói andar com os joelhos trôpegos de cansaço

Dói cair e ter que sozinho se levantar

Por que a dor é irremediável

O destino é inculpável

Por que desde sempre foi assim...

Se quisermos crescer, e muitos não querem,

Precisamos olhar, ver, cair, levantar.

E como é bom depois de tudo perceber

Que não só sobrevivemos, 

Verdadeiramente crescemos.

COM O TEMPO A GENTE PASSA A COMPREENDER (por Claudio Frencis)

Compreender que para ser feliz basta querer...
Compreende que o tempo cura,
Que a mágoa passa,
Que a decepção não mata,
Que o hoje é reflexo de ontem...
Compreende que podemos chorar sem derramar lágrimas,
Que os verdadeiros amigos permanecem,
Que a dor fortalece,
Que vencer engrandece...
Compreende que sonhar não é fantasiar,
Que a beleza não está no que vemos e sim no que sentimos,
Que o valor está sempre na conquista...
Compreende que as palavras têm força,
Que fazer é melhor do que falar,
Que um olhar não mente,
Que viver é aprender com os erros...
Compreende que tudo depende da nossa vontade...
Que o melhor é ser nós mesmos...
Que o maior segredo da vida é apenas VIVE-LA COM ELA É.

Compreende que o importante não é saber as respostas,

mas o mais importante é procurar compreender as perguntas.

Uma rosa recebida do futuro (citando danfozbr.blogspot.com "Uma rosa de presente ao futuro")

Recebo tua rosa

Teu toque, teu calor

Já penso em ti em cada minuto

Perdida por querer teu amor

Será que existo?

Será que existes?

Quem sabe somente por um momento

Dois solitários inexistentes seres

Possam como por um encanto

Tocar a mesma rosa oferecida

Neste espaço inexistente

Mas tão real como a verdadeira vida?...

Devaneios sobre a Busca

O que é a distância senão aquilo que nos separa?

O que é então a busca senão o que nos une?

Mas a busca nos separa,

Por que insanos buscamos sem olhar para ver.

Se víssemos, iríamos encontrar

Aquilo que nos falta bem aqui dentro de nós.

Daí seria fácil achar o que tanto buscamos

Unindo aquilo que buscamos àquilo que queremos encontrar

Minha Lua

Meu luar benfazejo

Lugar do meu desejo

Vem correndo me roubar um beijo

Vou sem rumo pela rua

Procurando por você minha lua

Com minha alma pronta para ser tua

Meu sonho por tanto aguardado

Sai da mente e do coração apertado

Para enfim ser abraçado

Abraço cheio de afeto

Por dá-lo meu coração está inquieto

A você meu poeta predileto...

Poema Menino

Meu poema menino,

Será você meu destino?

Olhando seu coração cristalino

Pouco a pouco me desatino.

Se existe platônica paixão

Acho que estou perdida então

Salta como louco meu coração

Ao ler seus poemas canção

Canção doce cada uma como mel

Que sorvo deliciando ao léu

Cada uma um pedacinho do céu

Suaves e delicadas como um véu

Véu que na calma descansa

Adornando minh´alma de criança

Que buscava insana na lembrança

Razão uma, que pudesse me encher de esperança

Você é isso menino poesia

Um menino homem que tem a fantasia

Desafiando toda e qualquer teoria

De fazer feliz uma mulher, ao menos que seja por um dia

Sereno Eu Sou (por Paulo de Tarcio Itacarambi)

Como nem sei,

quando me vi,

Sei que me apaixonei.

Era um rosto de olhar,

Algo bem forte de sentir,

O desejo de amar,

Fui feito das chuvas e do sol,

Virei águas do mar,

Sei sonhar o amor,

Vivo apenas para te olhar,

Sereno eu sou,

Nas minhas estórias me dou,

Em mim sobra amor sem parar,

Me sobra lugar,

Mil abraços eu dou,

Tenho um violão,

Cama e coração,

Faço canção

Só pra te conquistar.

Tanto amar até me embriagar

Estou embriagada na alma do seu amar

Um entorpecimento que toma o meu ser

Adormece meus lábios de tanto esperar

Revira e volta todo o meu viver

Subo às alturas querendo descer

Desço em vertigem a suspirar

Perco os sentidos sem nada saber

Ficando suspenso meu respirar

Embriagada de poesia quisera eu viver

Na vertigem vertiginosa do seu amar

Um convite maluco quero fazer

Dê-me sua mão e vamos voar

Meus Pés

Pés no chão, fincados no chão, sem ter raízes

As raízes tênues só servem para mostrar que aqui estão os pés

Pés rudes, brutos, como rude é a vida e brutas as lutas

Pés de guerreiro que luta para sobreviver

Na vida que mais do que simplesmente sobrevida

Sobressai a toda guerra

Guerra já vencida de antemão

Vitória essa que só é percebida ao final

Final das batalhas vencidas na marra

Pelos pés que sabem exatamente a que vieram

E não desapontam

Ao que os arregimentaram

Minha Inspiração

Seus lábios são minha inspiração

Porque escondem o mais doce sorriso

Que só os anjos podem ter

Seus braços, fortes braços

Embora distantes, me envolvem, me aquecem

Insipiração minha, uma pergunta vai ao meu coração

Quais caminhos podem me levar pra perto de você?

Eu já encontrei você,

Agora só preciso encontrar o caminho

Minhas Pedras Preciosas

Comparo meus amigos à coleção de pedras da minha infância

Pedras essas preciosíssimas, não pelo seu valor comercial,

Mas pelo seu valor intrínseco, essencial,

Umas pedras eram grandes, vistosas

Outras pequenas e sem nenhuma aparência

Uma era especialmente bruta, um cristal.

Outras tinham nomes imponentes, difíceis de encontrar

De cores mais variadas, encantadas.

Algumas agudas, outras arredondadas.

Umas eu ganhei, outras conquistei

Outras apareceram sem mesmo eu querer

Algumas ainda tropecei nelas,

Mas como uma mágica, saltaram ao meu coração.

Tenho todas elas ainda guardadas,

Não mais na prateleira de um aposento qualquer

Mas gravadas e cravadas no mais íntimo de mim

Como cada um dos meus amigos de ontem, de hoje

E que serão sempre, com certeza, de amanhã.

Olhos Sorridentes

Olhos sorridentes de menino

Sorriem para a vida, para o céu

No céu se misturam com o infinito

Brincando entre o verde e o azul.

Olhos que com profunda pureza

Olham para o mundo refazendo-o

Transformando, transbordando

De graça e vida a vida que se refaz

Menino grande, menino alegre

Não cresça, não entristeça

Preciso dos seus olhos

Para olhar a vida de ponta cabeça

Sobre Diamantes, Pessoas e Anjos

Seja diamante, ouvi hoje

Pois existem pessoas e diamantes

Diamantes para serem admirados por pessoas

Mas diamantes precisam ser lapidados,

Sua beleza não nasce pronta

Precisa ser trabalhada,

É uma beleza sofrida

Forjada a duros golpes, a pequenos entalhes

Que chegam ao fundo da sua alma de diamante

Quanto as pessoas,

Podem ser poetas da madrugada,

Ou anjos da minha solidão

Prefiro os anjos, aqueles estabanados

Que chegam fazendo alvoroço

Ou mesmo aqueles silenciosos

Que com palavras doces

Enchem de quietude a minha estrada

Que só pode ser solitariamente trilhada

Acabei Fisgada

Amei você quanto o vi...
Sabia, tinha certeza, você existia...
Seus olhos, seu corpo, seu cheiro
Já estão aqui dentro de mim
Voltei no tempo e no espaço
E vi que você sempre existiu
Dentro dos meus sonhos em pedaços

Não Sou Teu Dono (por Claudio Frencis)

Não sou teu dono !

Nem pretendia ser, 

Apenas te amei muito.

 Por isso te liberto, te libero, você é livre agora.

 Para mim mais vale ver teu sorriso longe dos meus braços

 do que sentir tuas lágrimas  molhando o meu peito.

Mas sei que o tempo te trará de volta um dia,

Mesmo porque, sendo a vida é a arte do encontro,

 embora haja tanto desencontro pela vida,

um dia... um dia quem sabe, eu e você possamos

ainda viver esta grande, louca mas verdadeira

PAIXÃO

Humana Condição

Olho no espelho e o que vejo?

Vejo acima de tudo um desejo

De quem veio ao mundo só como atribuição

Mas não quer viver o tempo todo na solidão

Perguntam-me por que essa fixação

Respondo que mais que isso é convicção

Algo que trago dentro do peito como almejo

Por ter tanto para dar me desprotejo

Ponho-me frente a frente com o coração

Tão frágil e tão cheio de intenção

De amar pelo simples ensejo

Do outro tocar sem qualquer manejo

Mas tanto menos me protejo

Muito mais sinceramente festejo

Por que o que poderia se tornar em aflição

Reafirma minha humana condição

Quero Ser Sua Namorada

Como queria um pouco da sua presença na minha vida.
Vida tão ávida de momentos doces. Tão árida de talentos esses.
Quero ser sua namorada, amada,
aquela que foi buscada em todas as estradas
para enfim ser encontrada.
Encontre-me nos corredores, nos elevadores, nos bastidores...
Quero ser a atriz principal dessa peça encenada
Sucesso de bilheteria para a platéia de um homem só
Quero fazer o meu papel sem dó...
Papel de princesa, de heroína, de uma doce fada
Para depois das cortinas cairem
Poder cair nos braços teus
E adormecer sem medo como criança
Ouvir seu coração bater com esperança
De que terá pra sempre os beijos meus.

Procura-se Uma Namorada (por Claudio Frencis)

Procura-se Uma Namorada
Que tenha a cabeça livre,
Que esteja também a procura,
De alguém como eu,
Com coragem de repartir-se
E compartilhar seu coração,

 

Procura-se Uma Namorada

apenas uma namorada,

nem ficante,

nem amante,

 nem lanchinho,

 noiva e muito menos futura esposa.

 Apenas que seja minha melhor amiga.

Procura-se Uma Namorada

Que seja exigente...
Consigo mesma,
Que se ame como ser humano
E que seu objetivo maior.
Seja atingir o sentimento
No nosso entrosamento!

Procura-se Uma Namorada,
Sem padrões pré-estabelecidos,
De idade, cor, raça ou crenças.
Porém que sua busca maior,
Seja usar o Nós e verificar sempre
Se a condição estabelecida
Alivia o egoísmo,
Da nossa condição humana.

Procura-se Uma Namorada
Principalmente preocupada
Em servir a causa maior,
Que faz de sua vida.
Um serviço de utilidade pública
Que seja parceira,
E junto comigo venha,
Ajudar na Construção de Um Mundo...
Bem Melhor!

Procura-se Uma Namorada
Sensível, amorosa,
Que ame estar ao meu lado,
Que valorize a intimidade,
Mas que,
Principalmente valorize o diálogo...
E que goste de mim como sou!

Procura-se Uma Namorada

E se mais do que minha namorada
Você quer ser minha amada
Minha amada, mas amada pra valer
Aquela amada pelo amor predestinada
Sem a qual a vida é nada
Sem a qual se quer morrer
Você tem que vir comigo
Em meu caminho
E talvez o meu caminho
Seja triste pra você
Os seus olhos tem que ser só dos meus olhos
E os seus braços o meu ninho
No silêncio de depois
E você tem de ser a estrela derradeira
Minha amiga e companheira
No infinito de nós dois

assim parafrazeando

Vinicius de Moraes & Carlos Lyra

Eu Perdi (por Claudio Frencis)

EU PERDI

Ao perder você, nós dois perdemos.
Eu, porque você era o que eu mais amava
E você, porque eu era o que te amava mais
Contudo, de nós dois, você perdeu mais do que eu
Porque eu poderia amar a outra como amava você
Mas a você não te amarão como eu te amava.

Pulsar, Respirar

Ser etéreo do espaço cibernético

Torna-se real à medida que cresce dentro de mim.

Posso tocar-lhe a face tocando-lhe o coração.

Tão distante está você de minhas mãos

Mas ao mesmo tempo já me tem esquadrinhada,

Em tantas idas e vindas das vidas que se cruzaram.

Busquei você, amigo meu, quem sabe, ainda o busque...

Mesmo sabendo que talvez nunca o encontre,

Estamos tão próximos que posso senti-lo.

Sua respiração, o pulsar do seu coração

Na mesma harmonia do meu,

Numa melodia que é só sua.

A música, o céu, a brisa, o véu,

Revelando e escondendo

Num eterno jogo de reencontrar.

Sobre o mar e o amor

Como é bom o mar...
Como é bom o mar quentinho...
Como é bom sentir o gosto do mar
Como é bom sentir o abraço do mar
Como é bom sentir o aconchego do mar

Como é bom amar...
Como é bom o amor quentinho...
Como é bom sentir o gosto do amor
Como é bom sentir o abraço do amor
Como é bom sentir o aconchego do amor

O mar trai
O amor atrai
O mar leva
O amor traz
O mar tira
O amor dá
O mar ruge
O amor é calma
O mar é carne
O amor é alma...

Como é bom o mar...amar

Renovação

Houve algo em meu coração.

Talvez enfim foi restaurada

a sua capacidade de ouvir

Quando silenciei completamente

rendi frente ao que sempre foi

e que nunca se calou

Sensação cristalina de paz

que hoje existe e amanhã talvez

mas que vale por só existir

Dor? Lamento? Pranto?

Não sei, não são.

De tão duros simplesmente emudeceram

O que sobra do que sobrou?

O novo que há por vir.

O porvir que se renova

Renovado traz a abertura

que o coração precisava

para parar, silenciar e escutar.

Corre Vida

Corro e não saio do lugar
Paraliso ante o que é
É, existe e não há o que fazer,
e fazendo novamente estanco

Volto a tentar,
parar e escutar
a razão inconteste
que luta contra o coração

Hoje senti saudade...

Depois de muito sentir, senti saudade...

Saudade que me remeteu a doces momentos

Doces sentimentos de intensidade palpável

Como pode tudo ser verdade?

Sensações todas em turbilhão

Tornam-me vulnerável 

Frágil como a lágrima

Densa como a dor 

Verdade... Mentira...

Tempo... Espaço

Vida...Vida

Recuso-me a encarar a morte

Morte do que vive

Forte como a morte.

Afinal, de que depende a vida?

Não será apenas da vontade?

Vontade de que vivesse

Guardado dentro do peito

Sentimento doce como o mel

Que se foi e não será jamais.

Poeta dos Sonhos

Doce poeta de doces encantos

Sorvo cada palavra tua

como se me embriagasse do novo vinho

vinho vivo e brilhante

de buquê inebriante

São palavras vindas não sei donde

é como se já as tivesse lido

ou ouvido de outras gerações

como um conto sobre algum reino distante 

dizendo de um principe de beleza estonteante

Meu coração anela por isso

saber que verdadeiramente existes

porém essa dúvida atormenta

pois não sei se é verdade

ou se quero só fugir da cruel realidade